quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mestra Ritinha

Nada melhor que seu própio ponto para relatar sua vida!

Quando Deus andou no mundo
uma luz lhe acompanhou
e eu não sabia que era ela
a dona de meu amor

Ela foi passada com quinze anos
dentro da rua da Guía
eu vou lhe dizer seu nome
ela se chama Mestra Ritinha

Ela foi para sua mãe
uma filha querida e adorada
Mas por não ouvir os seus conselhos
levou sete pexeiradas

As amigas lhe chamavam
Pro caminho malícia
e no dia de seu enterro
só quem foi, foi a polícia

Mais quando vinha o cortejo
com aquele negro caixão
as despeitadas diziam
"descansei o meu coração!"

O dia do seu enterro
foi um dia de alegria
todos os homem choravam
todas mulheres sorriam

A Jurema quando nasce
a ciência ela já traz
eu só peço as filhas dela
que obedeçam aos seus pais

Me sustente o ponto e não deixa cair
que Ritinha chegou mas não é daqui!

Ritinha,Cadê o teu colar de ouro?
está no pé de Exú Caveira
Ritinha, já mandou buscar
E cadê o seu anel de pérola
mas cadê o seu anelão
o que Ritinha ganhou de um macho
na zona de Ribeirão.

Julia galega

Foi um dia
Na beira doo cais
uma moça bonita
ela bebia demais

O Navio apitou
A Marujada corria
Lá no cais do porto
Júlia Galega sorria!

"Foi num cabaré
onde ela se passou
seus cabelos dourados
na jurema ela deixou

Ela é Júlia Galega
da ponta do Sul
tira o nêgo de lambada
tira o couro e come cru!"

"Oh luar, oh luar!
Oh luar!
Lua de prata que clareia!
Oh luar!
Lua de prata que clareia!
Júlia Galega onde passar!

Ela é mulher disfarçada!
Oh luar!
Ela é mulher de cabaré!
Oh luar!
É defensora dos homens!
Oh luar!
E protetora da mulher!"

Estava na beira do cais
Quando navio apitou
Era um marinheiro
Me deu um abraço
E minha boca beijou

Coraje meus Marinheiros
Coraje para trabalhar
O meu navio ta no porto,ai meu Deus
pra que mandou me chamar

As águas são cristalinas
as pedras são de cristais
brincando com as tartarugas,ai meu Deus
e com os peixinhos do mar

Marinheiro olha a onda
não vá se descuidar.2x
Moça bonita la no mar não tomba
tomba marinheiro nas ondas do mar

Tambô,Tambôo
La vai mestra Julia indo embora Tamboo(2x).


Quando o navio apitou no cais
7 marinheiros deceram
Cada um lhe trouxe uma rosa
Julia galega solte seu cabelos(2x)

Mestra Cacilda


    Mestra Cacilda era fillha de familia simples mas que não passava nescessidades.
O pouco que tinha era o suficiente para viver.Cacilda  porém sempre foi inconformada com tanta
simplicidade. E por esse motivo saiu de casa aos 17 anos e foi em busca de algo maior que
a sua realidade.Pensou entao que daria sorte com algum marinheiro ja que sua beleza destacava diante
de tanta meninas e mulheres,Começou então a frequentar o cais do porto da Zona Sul de recife. Porto que era o centro de passagem de navios mercantes e de muitos marinheiros.
 Após firmar varios pontos foi ai que tornou-se conhecida por muitos marinheiros que passavam pelo porto. Era requisitadissima por eles. Achou que a zona sul era pouco para seu "comercio" então subiu pra zona norte do recife.
Cacilda não errou seu destino encontrou o marinheiro que ela tanto desejava e tanto queria
mais Cacilda ainda muito ingenua achava que esse por estar se deitando com ela, assumiria uma relação de compromisso enganada e desiludida resolveu esquecer o marinheiro revoltada voltou para rua da guia.
e encontrou as mulheres da vida que debochavam dizendo:"ja vem a desiludida'' 
Cacilda envergonhada sai da rua da Guia e resolveu ir trabalhar em um Bordel na Rua da Aurora
trabalhou por alguns anos pois aos 36 anos foi morta nesse bordel por um cliente que Cacilda se recusou a se deitar.
 

Maria do Bagaço

Assim é a Mestra Maria do Bagaço, que ganhará esse apelido por trabalhar na Moenda do Engenho Maré / Aliança do Dr. Inácio .
Mais com o chegar do Trem se mudou para o Bairro Boa Vista, onde se localiza a famosa Rua da Aurora. era o Bairro Mais Nobre de Recife, pois morava próximo a Ponte onde tinha a linha do Trem, Perto do amor de sua Vida .
Era uma trabalhadora no Engenho Maré / Aliança do Dr. Luiz Ignácio Pessoa de Mello;Mais com a chegada da locomotiva (CATITA), Ela se apaixonou por um Maquinista e mudou para o Bairro Mais Antigo de Recife, que fica próximo a linha do trem, o Bairro se Chamava Boa Vista, e o Alto da Boa Vista que fala em seus cantos e a Zona Boemia.Próximo a Ponte era o lugar onde ela mais gostava de ficar pois tinha o seu amor que passava por La.E Por causa deste amor, muitas brigas e intrigas e catimbó, é uma Mestra que se pede amor impossível.

PAULINA






Paulina, apesar da maturidade que transmite em seus diálogos, talvés adquirido por sua larguíssima trajetória dentro da Jurema, morreu bastante jovem. Como em seus pontos cantados se reflete claramente, é natural de Maceió, mas especificamente do bairro do Vergel, zona antigamente caracterizada pela grande quantidade de árvores de frutos típicos. Orfã, desde sempre, foi criada por uma senhora dona de uma "casa de diversão" neste mesmo bairro, onde as suas meninas trabalhavam entre as fruteiras durante o dia (não exactamente recolhendo frutas, para que me entenda!) e "complementavam" seu orçamento no lupanar quando chegava a noite!!!
Esta senhora costumava dizer-lhe que ela havia sido deixada alí por uma cigana que esteve de passagem pela cidade, mas não havendo nenhum referencia de seu pai. Talvés pelo facto desta menção, Paulina desde muito cedo interessou-se pelo místico, pelo espiritual, aprendendo a colocar cartas e sendo depois, reconhecida como boa feiticeira, estando a sua história repleta de casuaísticas com o povo cigano, apesar de que não haja nada que o prove.
Por este motivo, as estátuas que representam a Paulina, mostram a uma mulher morena carrando na cabeça uma cesta de frutas e, em outros casos, além das frutas na cabeça, também se detalha outras tantas em seus pés e adornada sempre de braceletes extravagantes, tal como gostam as ciganas.

Cansada do trato abusivo recebido pela "senhora" (Zefa 6 Dedos, também mestra do catimbó e dona do prostibulo), Paulina foge (literalmente) para Recife, que neste então era o centro financeiro da região, achando que aí teria melhor vida, instalando-se, como não podia ser diferente no Cais do Apolo / Rua da Guía, centro de prostituição, neste então, em pleno apogeu dado enorme fluxo de entrada e saída de barcos, pela condição da cidade nesta época de capital industrial e econômica da região.
Paulina morreu ainda bastante jovem, víctimada por uma série de peixeiradas (facadas) que lhes foram dadas pela mulher de um dos muitos amantes que teve, enquando estava em um dos "locais de diversão" de mesmo Cais do Apolo.